Versão em Inglês — Versão em Português segue abaixo
Carinho, pronounced exactly like and meaning the same thing as cariño in Spanish, is usually translated into English as affection. But because it reflects different concepts of relationships, carinho may be broader and richer than affection.
If one were to ask any Brazilian, male or female, about carinho, he or she unquestionably would reply—as would the majority of (but not all) Latin Americans—“Is there anyone who doesn’t love it?” But Americans, as well as many Europeans—Scandinavians, the British, Germans—and 100% of the Japanese (whose method of procreation may seem miraculous since they apparently don’t touch) don’t like carinho very much. It’s not their thing. They’re not accustomed to it, no matter how affectionate they may imagine themselves to be.
There are many differences between Brazilian and American societies, and they’re major as to attitudes about affection. Brazilians are comfortable with physical intimacy. They caress and touch and hold and fondle—used here not in its sexual sense—each other, and their friends, and their children, much more than other Latins. And other Latins leagues more than Americans. The physical contact of Brazilians is carried on to a degree most Americans have never even seen, let alone experienced, and which would leave many of them discomfited. A couple of years back a major Internet dating site’s advice column suggested to men that a woman’s simply touching them should be considered a Big Deal! That is, persons who simply touch one another in America are considered to be sending messages of a come on!
When Brazilians see babies with their mothers or fathers, they invariably look and smile. In supermarket checkout lines, Brazilians as likely as not affectionately will caress the baby of a perfect stranger, say a kind and loving phrase, and smile sincerely at it and its parent. Americans, in contrast, might feel concern about a stranger touching their child and transmitting disease.
Brazilian children, from infancy through adulthood, receive and return affection in ways Americans might find inconceivable. How many adolescent males in the U. S. spontaneously and voluntarily would sit next to their mothers and/or fathers, embracing them or embraced by them? And stay that way throughout a TV program or a movie? And from time to time kiss them or happily receive kisses from them? The answer: none, but that’s normal behavior in Brazil. And Brazilian females are even more affectionate!
As to the way men and women who are romantically involved behave, Brazil, for Americans, is another universe. Many American men and women seem frightened by any real human contact and invent ways to avoid true intimacy; evidence may be the current cultural obsession with so-called inappropriate touches and discriminatory remarks. There’s a psychologically curious dichotomy in Americans’ attitudes about touching and caressing. Americans touch and caress their pet dogs and cats (some even their pet reptiles) all the time but their romantic partners only in the moments—distressingly few, in the opinion of most women, one reads—preparatory for sex. They touch and caress their children as babies, but as they grow, less and less; as adolescents and young adults practically not at all.
Brazilians are very different. Brazilians’ physical intimacy—I’m not talking about sex, I’m talking about a much broader dimension of closeness—is one of the society’s most admirable characteristics. Brazilians’ open expressions of affection merit applause, and, given understanding of and respect for cultural mores, their public displays of affection not inappropriate.
As to romantic relationships, for Brazilian women, the machismo of Brazilian society is a major downside. Though very affectionate, compared to Europeans or North Americans, Brazilian men are sexist. The ideal male, then, might be a less-sexist European or American who learns to be as affectionate as a Brazilian. Or a Brazilian who manages to become less sexist.
Versão em Português — Versão em Inglês acima
Se se perguntar a qualquer brasileiro, homem ou mulher, sobre o carinho, invariavelmente responde—como também responde a maioria (porém não todos) dos latino-americanos—isto é, “Quem não gosta, né?” Mas norte-americanos, bem como muitos europeus—escandinavos, britânicos, alemães—e cem por cento dos japoneses (cujo método de procriação parece milagroso, já que aparentemente não se tocam) não gostam muito de carinho. Não é com eles. Não estão acostumados a carinho, não importa o quão carinhosos poderão se imaginar.
Há muitas diferenças entre as sociedades brasileira e americana, e são grandes quanto às atitudes sobre carinho. Brasileiros se sentem confortáveis com intimidade física. Intimidade física não incomoda aos brasileiros: muito pelo contrário. Acariciam e tocam e seguram e fazem carinho, uns aos outros, e seus amigos, e seus filhos, muito mais do que fazem outros latinos. E outros latinos muito mais que os americanos. O contato físico de brasileiros é realizado num grau que a maioria dos americanos nunca até viram, e que deixaria a muitos incomodados. Uns anos atrás a coluna de conselho num importante site americano de encontros na Internet sugeriu aos homens que o simples toque neles por uma mulher deveria ser considerado uma Grande Coisa! Isto é, nos EUA pessoas que simplesmente se tocam são consideradas emissoras de sinais de algum avanço!
Quando brasileiros vêem crianças com suas mães ou pais, invariavelmente olham e dão sorrisos. Na fila de espera no caixa de saída no supermercado, por exemplo, brasileiros são capazes de fazer carinho, com afeto, no bebê de uma pessoa completamente estranha, dizer uma frase bondosa e carinhosa, e sorrir sinceramente à criança e à mãe ou ao pai. Isto em contraste com americanos que poderão sentir preocupação de que o toque no seu filho de uma pessoa estranha possa transmitir alguma doença.
Crianças brasileiras, desde a infância até a maioridade, recebem e devolvem carinho em formas que americanos podem achar inconcebíveis. Quantos adolescentes masculinos nos EUA espontaneamente e voluntariamente sentariam ao lado das suas mães ou seus pais, os abraçando ou sendo abraçados por eles? E ficar assim durante um programa de televisão ou um filme? E de tempo em tempos beijá-los ou, contentes, receber beijos deles? Resposta: nenhum, enquanto isto é um comportamento normal no Brasil. E brasileiras são ainda mais carinhosas!
Quanto à forma em que pessoas romanticamente envolvidas se comportam, o Brasil, para americanos, é um outro universo. Muitos homens e mulheres americanos têm medo de contato humano real e inventam formas de evitar intimidade verdadeira; uma possível evidência disso pode ser a atual obsessão cultural americana com os chamados toques inapropriados e comentários discriminatórios. Há uma dicotomia psicológica curiosa nas atitudes dos americanos sobre toques e carícias. Americanos tocam e acariciam seus gatos e cachorros (e até seus reptis quando bichos de estimação) o tempo todo porém seus parceiros românticos somente nos momentos—lamentavelmente poucos, na opinião da maioria das mulheres, entende -se pela leitura—preparatórios para o sexo. Tocam e acariciam seus filhos como bebês, mas na medida em que crescem, menos e menos; como adolescentes e jovens adultos quase nada.
Brasileiros são muito diferentes. A intimidade física dos brasileiros—e é claro que não trato de sexo, e sim uma dimensão muito maior de aproximação—é uma das características mais admiráveis da sociedade. As expressões abertas de carinho por parte dos brasileiros merecem aplausos, e suas expressões públicas de afeto poderão não ser inapropriadas, levando em conta compreensão e respeito para costumes culturais.
E quando se trata de relacionamentos românticos, para mulheres brasileiras, o machismo da sociedade é um dos fatores negativos principais. Apesar de muito carinhosos, comparados com europeus ou norte-americanos, homens brasileiros são sexistas. O parceiro melhor, então, poderia ser um europeu ou norte-americano que e menos sexistas e que aprenda a ser tão carinhoso quanto o homem brasileiro. Ou um brasileiro que consegue se tornar menos machista.